Aproveite as plataformas de microlearning. Sem tempo para um curso de especialização?

08/12/2019

Keith Carvalho, Blog - Cuiabá

O que descobrimos

  • As chamadas "pílulas de aprendizado" online vêm ganhando cada vez mais adeptos
  • Muitas corporações passaram a ter o próprio banco de cursos rápidos para direcionar o aprimoramento profissional de seus funcionários
  • Surgiram empresas especializadas em produzir esse tipo de conteúdo corporativo

Some todos os anos que você passou fazendo cursos presenciais de longa duração, desde o início na escola até a pós-graduação, incluindo o aprendizado de idiomas. É provável que o resultado se aproxime ou vá além de duas décadas.

Essa trajetória certamente incluiu um grande volume de informações que simplesmente se perderam pelo caminho, pois não tiveram utilidade efetiva na área profissional que você escolheu.

No mundo de alta competitividade em que vivemos, não há mais espaço para esse tipo de "desperdício". É cada vez mais necessário aproveitar o tempo para a aquisição de conhecimentos aplicáveis imediatamente ou no curto prazo.

Para as brechas do dia

Foi justamente para possibilitar a maior aproximação entre o mundo do aprendizado e a aplicação prática dos conhecimentos que surgiu o conceito de microlearning, como método de ensino a distância.

São mergulhos rápidos e eficazes num determinado assunto palpitante, de interesse imediato - um misto dinâmico de aula e treinamento.

O uso do prefixo "micro" se refere à perspectiva de aproveitar pequenas brechas do cotidiano - uma viagem de Uber, a espera pela consulta médica, o intervalo do jogo de futebol - para avançar no aprendizado.

Multiplicaram-se as plataformas que oferecem esse tipo de curso online: Udemy, Coursera, Udacity, entre várias outras. Os profissionais ganharam, assim, muitas alternativas para buscar aperfeiçoamento por conta própria.

Inspiração e técnica

As empresas, por sua vez, sentiram a necessidade de tentar organizar de alguma forma esse movimento, tentando direcionar o tempo dedicado pelos funcionários ao microlearning aos temas mais adequados para o interesse corporativo.

Ganham impulso, assim, as plataformas internas de microlearning, nas quais a empresa oferece um cardápio de cursos aos funcionários.

"A grande vantagem é que cada um consegue encaixar o aprendizado às suas necessidades e aos horários do cotidiano", diz Marcos Roberto dos Santos, diretor de Marketing para a América Latina da Unisys, provedora norte-americana de soluções e serviços em Tecnologia da Informação.

Mais de 3.000 cursos são disponibilizados pela empresa no ambiente da universidade corporativa, com temas que vão desde os mais inspiracionais até os essencialmente técnicos.

"A mobilidade do aprendizado é especialmente importante em casos como o nosso, em que boa parte da equipe não fica 100% do tempo no escritório. Está sempre em movimento, na rua, nos clientes ou em home office", acrescenta Santos.

Renovação permanente

Além do caminho de montar a própria biblioteca de cursos, as empresas podem assinar serviços especializados em microlearning corporativo.

Um desses serviços é oferecido pela Witseed, que já conquistou 27 empresas assinantes. O conteúdo padrão são vídeos, com duração entre cinco e sete minutos, considerada ideal para manter o engajamento em alto nível.

Os vídeos, muitos deles apresentados por executivos atuantes no mercado, são agrupados em trilhas, que equivalem a um curso sobre um determinado tema.

Mais recentemente, a Witseed passou a produzir também podcasts, programas de áudio que vêm se tornando muito populares.

"Seja em vídeo ou apenas em áudio, a ideia é produzir pílulas de conhecimento pensadas especialmente para o formato, que precisa ter começo, meio e fim em cada unidade, mas também se alinhar a um contexto maior", descreve o CEO da Witseed, Bruno Leonardo.

Para que o processo siga um planejamento consistente, a produção conta com especialistas em comunicação, roteiristas, editores de vídeo e áudio, além de vários outros técnicos.

As empresas assinantes participam da definição dos temas dos novos cursos, a partir da identificação de demandas em comum. E os mais de 15 mil funcionários dessas empresas têm direito de acesso aos 700 vídeos já produzidos.

Vídeos com temas mais "perecíveis" saem da prateleira depois de dois anos, enquanto outros podem ter uma vida útil de até cinco anos.

Como um bate-papo

O carioca Bruno Conceição da Silva, 35 anos, chefe de máquinas da Wilson Sons - operadora de serviços portuários, marítimos e logísticos -, é um frequentador habitual dos cursos oferecidos pela empresa a partir do contrato com a Witseed.

"É um tipo de aprendizado perfeito para quem passa boa parte do tempo embarcado, como eu", descreve Silva, que tem base em São Francisco do Sul (SC), mas atua em praticamente todos os portos do país. Ele costuma dedicar algo entre oito e dez horas semanais aos cursos.

Silva destaca o formato descontraído dos cursos ("não parece aula, e sim um bate-papo") e a eficiência dos recursos de inteligência artificial da plataforma.

"A partir do perfil inicial, em que descrevi minhas atividades atuais e onde pretendo chegar na carreira, as indicações de cursos foram sempre muito assertivas", ele diz.

Um dos cursos mais recentes que Silva completou foi sobre Design Thinking. "Fiquei encantado com o tema e provavelmente não teria me decidido por ele se não fosse pela sugestão da plataforma."

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